11 outubro, 2005

Eu nunca quis te querer! - por Rafael José de Souza e Souza

Eu não queria te amar. Eu nunca quis te querer dessa maneira, mas eu te amei, eu te quis e isso é que dói. Desde os primeiros dias que te vi, senti o perigo e a atração, de uma forma quase insuportável e soube que se me arriscasse a te procurar, me apaixonaria pelo meu fim, e foi exatamente o que aconteceu. Desde o primeiro beijo, eu vi o que estava fadado a mim, mas eu insisti, quantas e quantas vezes eu me repreendia no silencio do meu quarto e prometia a mim mesmo que não iria mais. Mas quando via você... Lá se iam todos os meus planos. Eu no meu modo estranho e diferente de ser, me entreguei totalmente a você, não tive receios, não tive barreiras, somente o medo e um medo que me impelia a seguir adiante nessa loucura que eu já sabia as conseqüências. Quantas vezes eu te disse de minha loucuras, dos meus devaneios? Quantas vezes não te recomendei a não me querer, se não direta, mas indiretamente, mas você me dizia não e eu não mais sabia o que fazer. Você me tocou mais do que qualquer outra pessoa jamais fizera. E agora, quando tudo se acaba, quando as luzes apagam e o povo se vai, fica somente um vazio na minha vida. Fecho a porta e estou sozinho, e o pior é que sei que não adianta tentar abrir-la, pois não há mais ninguém lá. Eu consegui afastar a todos que um dia gostaram de mim. E não sei se foi culpa minha. Eu sempre avisei da minha complexidade, mas todos, inclusive você, não se importou, eu falei da minha dificuldade de me relacionar, mas você disse que me ensinava e não mentiu, você me ensinou a te querer, mas nunca me falou como eu faria para te esquecer, e quando eu tentava por conta própria, você me tocava novamente e eu voltava, ficava dias sem aparecer, mas as lembranças me assolavam e me impediam de permanecer no meu cárcere e voltava para poder te ver e no fim, é nisso que deu! Eu te amei sim, a minha maneira, na minha peculiar maneira, mas te amei demais. Foi você quem fez que eu me esquecesse de tantas outras pessoas, tantos outros amores que de alguma maneira me magoaram, então, como eu poderia deixar de te querer? E como, como você não pode perceber isso? Ainda por cima se preocupava... Eu sempre te amei, como amiga, como irmã, mas muito mais como mulher. Sei que esse verbo é pesado, mas quando se fala com sinceridade, seu peso desaparece. Obrigado pelo prazer de poder estar perto de você, e saiba que o amor foi recíproco, a dor, o medo, tudo o que você sentiu por mim eu senti por você, e só não sei se sinto mais pelo medo que me impede, só que agora muito mais forte e amedrontador, haja vista que o outro me conduzia.

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